20 de fevereiro de 2009

Verde mundo


o verde brada lento
falange rebento da terra bicho mastiga bicho mastiga bicho
chia guincha pia brota e se esfarela
a vida sepulta a vida no humo
calado gemido no barro
ave em revoada mosquitada
venta adeja a borboleta a pétala
estala o tronco o espaço e chora chove

Chamado nenhum escuto
de nenhuma destas selvas.
Vaguei demais e dei longe;
nada mais me reconhece.
Que o rio me lave e leve
e a carcaça fundo enterre
no miolo imundo e escuro
onde sequer resta um verme.
Ainda assim, continuo:

mundo verde:
verde mundo.

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