13 de julho de 2005
Surge da sucata
a delicadeza diáfana
da asa da barata.
Sempre atrás de mim,
caminha na distância um
anjo carmesim.
8 de julho de 2005
Doída água, mágoa
derretida, derramada
da sacada, pálpebra,
vertendo pela fachada,
transbordando pela cara.
4 de julho de 2005
Da pedra não vejo
o fundo, só vejo a onda
que quebra na pedra.
E da pedra, insubmisso, o
mar se estende ao infinito.
2 de julho de 2005
Assim como Endímion,
para sempre belo e jovem
porque para sempre
dorme a sonhar com o amor
da lua a lhe contemplar.
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