29 de março de 2008

Silêncio


O silêncio não diz nada
mas eu falo do silêncio.

Pego e pago a pena de
repetir o gesto, o risco,
o traço arisco do verbo.

O manto invisível da
palavra. Melhor dizendo,
não-palavra. Esse calar
que canta não sendo e quando
também se instala uma fala
que fala e fala e falando
se encolhe, se esvai no vento.