29 de junho de 2005


A sanha do sol
assolando a terra,
onde o corpo

animal, só e seco,
afinal se encerra.

18 de junho de 2005


Como nada em nada
o perplexo peixe prata
que está fora d’água.

se caminho ou não
passo as paragens passo a
passo em falso… fim

15 de junho de 2005


Vaivém da via
ambígua do olhar,
que traz o mundo

mas revela o fundo,
a ressaca da fossa.

13 de junho de 2005

Fim de tarde


Vermelha esfera
horizonte adentro
de outra era.

No olho uma sombra
que anuncia: breve, a chuva,
a água ferida.