23 de agosto de 2005

Nas entranhas, essa
ânsia estranha de acabar
é revés da vida,

é a nostalgia da lama
dos exilados do mar.

21 de agosto de 2005

Questão para mim
é vender ou viver na
torre de marfim.

18 de agosto de 2005

Musa

Querida quimera,
escrevo pra me inspirar
com o que já era.

12 de agosto de 2005

Dedos do relógio,
que dão corda para a aorta,
que fiam o fio

finito (Moiras do agora),
redigem o necrológio.

10 de agosto de 2005

Haicai português

Vero porto é o mar.
O fado toca o barco e o
fado é navegar.

9 de agosto de 2005

folhear qualquer verso
é esfolhar o belo dentre
ex-verdeadas folhas